Focada em incorporação de imóveis para as rendas média, média-alta e alta, a EZTec vai diversificar a atuação a
partir de 2017. A companhia avalia criar empresa de propriedades comerciais para renda com aluguel e vai lançar,
na cidade de São Paulo, dois projetos para o Minha Casa, Minha Vida, no próximo ano. Ontem, em evento para
analistas e investidores, o fundador da EZTec, Ernesto Zarzur, disse que a incorporadora estima, em sua
programação, lançar mais em 2017 do que neste ano.
"Talvez estejamos entre os que mais vão lançar em 2017", afirmou "seu" Ernesto. O empresário pondera que os
lançamentos dependem de a EZTec manter seu caixa. "É o caixa que nos permite resolver o problema da devolução
das unidades", disse. No fim de setembro, a companhia tinha caixa líquido de R$ 218,9 milhões. A EZTec financia
parte dos clientes cujo crédito é negado pelos bancos. Segundo o fundador, a companhia poderá elevar o valor
disponível para financiamento direto a clientes de R$ 400 milhões para R$ 600 milhões.
No segmento de renda, a EZTec tem a torre B do EZTowers, lajes corporativas do EZMark, salas comerciais,
garagens em prédios comerciais e terrenos alugados. A estimativa é que a renda gerada pela locação desses ativos
possa chegar a R$ 60 milhões no próximo ano.
Por enquanto, não há separação do patrimônio líquido, da receita líquida e do resultado líquido dos ativos de
renda. Caso a criação da empresa de propriedades comerciais seja aprovada, será necessário agrupar todos os
ativos em estrutura única. A intenção é que a empresa seja uma subsidiária integral da EZTec, que poderá ser
cindida, futuramente. O foco serão projetos comerciais de alto padrão.
A avaliação da empresa de renda começou há mais de um ano. "Entendemos que é viável, que conseguimos uma
rentabilidade muito diferenciada. Com as sinergias da companhia, podemos superar a de um fundo de
investimento imobiliário", disse o vice-presidente executivo e diretor de incorporação, Silvio Zarzur.
A EZTec começará a receber o aluguel da Torre B a partir de meados do próximo ano, embora 65% já esteja locada
para inquilinos como Coca-Cola e Amil. Isso porque foi concedido período de carência para início de pagamento
dos aluguéis. Não está definido se a Torre B será mantida em carteira ou vendida.
Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Emilio Fugazza, das dez propostas de
compra recebidas, duas estão em avaliação.
No Minha Casa, Minha Vida, a EZTec tem três projetos em desenvolvimento e deverá lançar dois deles em 2017.
São projetos no Centro da capital paulista, de 40 metros quadrados, em média, e preço de R$ 220 mil. A
incorporadora também terá empreendimentos do programa na Região Metropolitana de São Paulo. Para o Minha
Casa, Minha Vida, a EZTec vai utilizar áreas que possui em seu estoque.
De acordo com o vice-presidente, a EZTec vai baixar preços de imóveis e reduzir margens, no próximo ano, para
fazer "venda forçada", principalmente em imóveis para a média renda. "A EZTec terá preços agressivos mesmo nos
lançamentos", afirmou Zarzur, acrescentando que há intenção de exigir que os clientes paguem entrada maior.
A EZTec avalia que terá distratos elevados nas 3 mil unidades que vai entregar em 2017. "Ainda esperamos o
mercado deprimido em 2017", disse o vice-presidente. Segundo ele, a incorporadora "vai atropelar o mercado"
quando sentir que a economia, níveis de emprego e confiança melhoraram. "Vamos lançar, com força, na hora
certa", disse. |